A produção exacerbada de lixo é um dos problemas ambientais que decorrem diretamente dos hábitos da sociedade. É fato que o consumismo desenfreado e a geração de resíduos estão totalmente relacionados.
Estamos correndo contra o tempo para dar conta de atender a Agenda 2030 da ONU e o desafio é grande. Mas a boa notícia é que a nossa atuação como seres humanos pode contribuir para que alcancemos as metas estipuladas. Por exemplo, o 12º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável dessa agenda aborda a produção e o consumo sustentáveis como essenciais para que o crescimento econômico do mundo não destrua o planeta. Sim, precisamos ter consciência da finitude dos recursos naturais.
Em 2010, foi criada no Brasil a Política Nacional de Resíduos Sólidos justamente para estabelecer estratégias de enfrentamento das consequências do manejo inadequado dos descartes, envolvendo questões ambientais, sociais e econômicas. Porém, após 12 anos de existência, os dados são alarmantes.
Segundo a ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), no ano de 2022, o Brasil produziu 81,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos. Além de produzir tanto lixo, apenas 4% dos resíduos sólidos que poderiam ser reciclados são encaminhados para esse processo, índice muito abaixo de países de mesma faixa de renda e grau de desenvolvimento econômico, como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia, que apresentam média de 16% de reciclagem, segundo dados da International Solid Waste Association (ISWA).
O problema do lixo é sistêmico e todos somos responsáveis pela situação que enfrentamos hoje: a indústria, o governo e nós, seres humanos. A coparticipação dessas 3 esferas é fundamental para a solução. Então, devemos ficar de olho no poder público, e cobrar por suas ações; assim como, podemos optar por produtos e/ou serviços de empresas que se preocupam verdadeiramente com a sustentabilidade do planeta.
E nós, como seres humanos, podemos fazer a nossa parte, buscando um estilo de vida mais consciente, e adotando pequenas atitudes no nosso cotidiano que farão muita diferença. Neste contexto, o hábito de separar o lixo reciclável em nossas casas e direcioná-los para a coleta seletiva é simples de ser criado e mais do que urgente. Mas podemos fazer muito mais! Uma vez que o processo de reciclagem ainda é limitado no país, precisamos não apenas separar esses materiais para reciclagem, mas reduzir o uso dos mesmos, diminuindo assim a geração de resíduos. Podemos contribuir com outras pequenas atitudes se quisermos fazer a diferença para o planeta Terra e sobrevivência da própria humanidade. Seguem algumas sugestões:
• Preferir sacolas e sacos reutilizáveis – Vá ao supermercado ou à feira já com sua ecobag;
• Evitar comprar produtos com embalagens de plástico desnecessárias – Será que precisamos comprar frutas, verduras e legumes embalados em isopor e plástico filme?;
• Reduzir o desperdício de alimentos, adquirindo apenas o necessário para evitar que os mesmos se estraguem;
• Separar o lixo orgânico e direcioná-lo para compostagem. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 99% dos resíduos orgânicos urbanos – restos de alimentos – acabam em aterros ou lixões no Brasil, poluindo o ar, água, terra e atraindo vetores de doenças.
• Avaliar se realmente precisamos comprar determinado item, por exemplo, uma nova roupa ou calçado. O destino de milhares de toneladas de lixo têxtil são aterros sanitários e as consequências para o meio ambiente são devastadoras: o tecido de algodão leva até 20 anos para se decompor, e os materiais sintéticos podem permanecer na natureza por até 400 anos. Esse lixo tóxico afeta o solo, água e consequentemente interfere na saúde pública.
Esperamos que no futuro, o Brasil transforme o problema representado pelos materiais descartados em uma solução econômica e social, mas esse já é outro tema para ser abordado aqui no Blog do Projeto Inteligência Social