You are currently viewing EDUCAR É INVESTIR NA SOCIEDADE

EDUCAR É INVESTIR NA SOCIEDADE

Investir em educação amadurece e desenvolve qualquer sociedade, ampliando e retroalimentando a Inteligência Social que, por sua vez, melhora a sociedade e vice-versa, constituindo-se em um círculo virtuoso. A boa educação é um ponto de ruptura que altera o sentido de uma curva negativa para positiva, é o caminho de autoaperfeiçoamento individual e coletivo, gerador de conhecimento e
promotor de consciência, que influenciará toda a cultura de um país.

Vejam a história da Finlândia: o país conquistou sua independência apenas em 1917 – depois de seis séculos sob o domínio do reino da Suécia e mais de cem anos como grão-ducado do Império Russo. Em seguida, mergulhou em uma guerra civil que, além de dividir a população e matar quase trinta e sete mil pessoas, abalou drasticamente a economia. Entre 1939 e 1940, outro conflito: desta vez, com a União Soviética na chamada Guerra de Inverno. Imersa em guerras e crises políticas, a Finlândia fragilizou ainda mais sua economia que até 1950 era essencialmente agrária, tornando-se o país mais pobre da Europa, com uma população que passava fome. Difícil ligar esse cenário a Finlândia que conhecemos hoje – um dos países mais desenvolvidos da Europa, referência mundial em educação e qualidade de vida, que ocupa o topo do World Happiness Report (Relatório Mundial da Felicidade), da ONU.

A virada começou nos anos 60 ao decidirem que a promoção da inteligência era sua maior defesa contra a situação desumana e caótica em que se encontravam e, assim, fizeram uma escolha: para sair da pobreza, os finlandeses começaram a reverter os lucros da indústria de papel e celulose, na época uma das mais importantes de sua economia, para políticas de bem-estar e de infraestrutura.
Nos anos 70, os princípios da igualdade e da inclusão social foram as marcas do desenvolvimento do país e a educação obrigatória, sua grande estrela. Em uma decisão histórica do Parlamento finlandês, todas as crianças, independente da situação socioeconômica, passaram a ter acesso gratuito a escolas de qualidade para cursar os nove anos do ensino básico. Paralelamente, o que considero uma atitude vital desse processo, foi a decisão de investir na valorização dos professores, com melhor remuneração e programas de formação de excelência para magistério nas universidades. Com isso, os jovens na Finlândia passaram a se interessar pela carreira de professor, que é tão bem-conceituada como a de medicina, direito ou arquitetura. Para ser professor na Finlândia, é preciso ter mestrado e obrigatoriedade de manter aulas de aperfeiçoamento até se aposentarem. Existe uma grande confiança e respeito da sociedade nas escolas e nesses profissionais que são considerados “patrimônios sociais”. A trajetória finlandesa da fome à prosperidade, com base, principalmente, no investimento e no bem-estar social, dando à educação o protagonismo que ela merece, é um modelo de Inteligência Social que se destaca no mundo e merece ser olhado com atenção.

A educação anda de mãos dadas com a cultura, pois esta é a forma de enxergar, experienciar e se relacionar com a vida dentro de uma sociedade. A cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, as leis, a moral e os costumes, inclusive alimentares. Enfim, todos os hábitos e aptidões recebidos de uma geração à outra que afetará o comportamento de um indivíduo não só dentro de sua família, como da sociedade. A cultura muda ao longo do tempo porque é influenciada pela forma ou a mudança da maneira de pensar que é inerente ao desenvolvimento humano. Nossa cultura pode se manter a melhor possível, conservando o que é bom de nossas raízes e comportamentos, mas também eliminando comportamentos e “subculturas”, ou seja, comportamentos dentro da nossa cultura que nos atrapalham e prejudicam. Como exemplos, podemos citar a corrupção e a famosa “Lei de Gerson”. Quando mudamos conscientemente nossas atitudes, estamos mudando hábitos arraigados que não nos levam ao melhor lugar enquanto sociedade. Novas atitudes podem ser disseminadas pelo autodesenvolvimento, autoeducação, que significa praticar sua Inteligência Social tendo um olhar crítico em relação à realidade e consciência de seu papel dentro da sociedade. Esse processo deve se iniciar dentro de cada um de nós.

Trecho do livro Inteligência Social: A Perspectiva de um Mundo Sem Fome(s) – Luciana Chinaglia Quintão

admin

Administrador das plataformas digitais do Projeto Inteligência Social.

Deixe um comentário