“Não é sustentável viver na bolha”. Com este título, a Folha de S. Paulo publicou entrevista com Luciana Quintão, fundadora e presidente do Projeto Inteligência Social e da ONG Banco de Alimentos. A entrevista, parte da série “Fome de Quê? Soluções que inspiram”, destaca o trabalho pioneiro da ONG no combate à fome e ao desperdício de alimentos no país e a trajetória de 25 anos de luta para chegar até aqui, beneficiando 1,4 milhão de pessoas com 18,5 milhões de quilos de alimentos distribuídos. “No Brasil em que 33 milhões passam fome, ela e sua equipe salvam do desperdício toneladas de alimentos perfeitos para o consumo, direcionando-os para quem precisa deles”, destaca o texto.
A reportagem traz também importantes reflexões de Luciana, em sintonia com o trabalho desenvolvido no Projeto Inteligência Social. Na visão dela, todo brasileiro deveria se importar com a questão da fome e do desperdício “porque diz muito sobre quem somos como sociedade. A gente tem uma extrema abundância na produção de alimentos e tanta gente passando fome. Temos que ser educados desde cedo a não aceitar isso, a pensar no bem comum”, afirma. “Queremos falar para o Brasil que não passa fome que não fazer nada é compactuar com isso. Tem tanta gente que não sabe o que acontece ao seu redor. É mais confortável viver na bolha, mas não é sustentável viver na bolha.”
Esta é uma das razões pelas quais Luciana começou a desenvolver uma série de ações nas escolas, com base no Projeto Inteligência Social. Enquanto a ONG visa combater a fome hoje, o Projeto Inteligência Social visa combater a fome no futuro. Para Luciana, cada um de nós tem que sentir na alma a vontade de trabalhar para construir uma sociedade mais justa, na qual o ser humano é o centro das decisões. Este esforço coletivo é essencial para combater não só a fome de comida, mas as várias fomes – de educação, saúde, habitação, justiça social.
A Inteligência Social é uma filosofia que dá uma resposta a esta realidade, que deve ser transformada porque não é inteligente, não é amorosa, não é sustentável e, portanto, não representa o melhor de nós. Temos que ir além, para a origem do problema, que está na forma como atuamos no mundo.
No Projeto Inteligência Social, acreditamos que o melhor lugar para se chegar a uma transformação social mais efetiva é a sala de aula. Por isso nos empenhamos em desenvolver uma série de ações nas escolas. Queremos conectar educadores para que, a partir de conhecimento e vivências, possam inspirar seus alunos, futuros economistas, políticos, administradores, médicos, e para que crianças e jovens tenham vontade de fazer diferente e de construir um país mais justo e sustentável.
Veja a entrevista completa no link
https://www1.folha.uol.com.br/folha-social-mais/2023/11/nao-e-sustentavel-viver-na-bolha-diz-fundadora-de-banco-de-alimentos-pioneiro.shtml